sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Horizonte

Parece até que eu já sabia.

Será que quando nascemos, sabemos exatamente como será a nossa vida?

No que diz respeito à aceitação, comportamento e atitude?

Parece que eu já sabia, por isso por tanto tempo neguei a minha existência nesse mundo.

Tiraram-me de um casulo e mostraram que fora dele existia um mundo cheio de vida, cores e sabores. Apoiaram-me enquanto fortalecia as asas.

Voei. Cai. Levantei e voei de novo. Pra quê?

Se descobri enquanto voava, a beleza das formas e dos movimentos, dos pensamentos e sentimentos. Mas acima de tudo, descobri que voar não era aquilo e que voava de uma forma errada.

Disseram-me que não deveria sentir o que sentia, pensar o que pensava, fazer o que fazia, comer o que comia...

Pra que voar se meu vôo não é aceito?

Devo eu ao casulo voltar?

Devo eu então viver uma eterna mentira?

Incrivelmente sei que todos pensam como eu, sentem como eu, comem como eu, mas se negam a agir como eu. Portanto estou errada.

Hoje tento me enganar sendo um alguém que não sou, voltando todos os dias ao meu casulo e lamentando um horizonte que nunca será meu.

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