terça-feira, 4 de dezembro de 2012

de cor cinza

e o papel continua cheio de linhas por escrever. o lápis inteiro esperando ser apontado e a borracha a soltar seus fiapos. o livro com suas páginas a serem viradas.
não sai, nada sai.
fica aqui dentro guardado, perdido esperando sei lá o que.
fotos a serem reveladas.
realidades alteradas pela dificuldade, personalidades escondidas pelo medo.
pintam-se os cabelos, unhas, olhos e a boca.
veste-se com a roupa mais bonita e menos confortável.
sapatos que machucam os pés e calos que marcam uma transformação.
a cor já não pinta mais o desenho que o lápis não riscou porque os pensamentos ainda estão cinzas.
e cinzas foram o que viraram os sonhos que não foram sonhados.