segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe

Sempre que chega o dia das mães, bate aquela sessão nostalgia e lembro-me das festinhas na escola em que cantávamos para as mães no pátio do colégio e entregávamos aquele presentinho feito com todo carinho para…

aquela que atendia o telefone com carinho respondendo: Pode, pode sim comer a bolacha do armário. Aquela que cantava tabuadas no gravador pra eu decorar. Que me dava gotinhas de pinga pra eu achar que era remédio. Que saía correndo do trabalho só pra me levar na aula de natação, aeróbica, órgão, judô, inglês…Que respondia dormindo que eu podia sim dormir na casa da tia. Que conheceu todos os amigos imaginários. Que me ensinou a gostar de Raul Seixas e Osvaldo Montenegro. Que passou madrugadas me esperando voltar das festas. E outras cuidando da minha febre. Que respondia do banheiro a correta conjugação verbal. Que deu-me gatos, cachorros escondido. Que levava ração no telhado para os gatos. Que deu-me apoio quando não o tinha. Que criou um chão quando o tiraram de mim. Que pinta a casa inteira sozinha. Que sorri com dor nas costas. Que bebeu leite congelado. Que usa a cadeira de balanço como guarda-roupas. Que chora na novela. Que nina um nenê que não existe quando está ansiosa. Que ensinou-me a gostar de arte sem entender ao certo o que é arte. Que sempre diz que meu cabelo está feio. Que fazia penteados horríveis no alto da minha cabeça. Que me vestiu de rosa quando queria azul. Que fazia um som ritimado ao entrar em casa com o salto do sapato sobre os tacos. Que arrasta enormes guarda-roupas sozinha. Que planta incansavelmente bromélias. Que aprende onde é o norte. Que faz química, letras, informática, espanhol. Que tinha fôlego quando tive bronquite. Que não sabe correr. Nem gritar. Que diminui a velocidade ao dirigir se está conversando. Que aceitou meus namorados. Que é amiga dos meus amigos. Que minha amiga. E que sempre pergunta ao meu filho se ele não podia ter escolhido uma mãe menos louca.


Mãe eu quero te dizer,
que todo esse mundo eu quero te entregar.
Porque ele sem você não é
mais que uma grande bola boba girando
no imenso azul do céu.

Mãe foi você quem me fez ver
as tristezas e acordes para uma nova canção
E que na vida é preciso perdoar e amar.
Cada segundo que se passa cantando
É para um amanhã melhor

La la la la la…

Não me lembro direito da letra dessa música, mas tenho certeza que a minha mãe lembra.

3 comentários:

Laura Tresca disse...

A sua mãe deve lembrar, com certeza!
Lindas memórias. :D

Toque de Mish disse...

Tem coisa melhor do que chorar de emoção, alegria e orgulho?
ADOREI!

Tatiana Carlotti disse...

Lindo Si, belo texto. um beijo, Tati