segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Galinhas

Dia Frio, 14 de setembro, onze horas da manhã. Quase falta coragem de levantar da cama e enfrentar um espetáculo infantil. “Cocoricó, uma aventura no teatro”.

Ao som de três cacarejos abrem-se as vermelhas e aveludadas cortinas da grande sala do teatro no Shopping Frei Caneca da úmida manhã de São Paulo.

Impossível de acreditar, mas naquele momento senti algo molhar o meu rosto, quando percebi, uma lágrima corria e um singelo sorriso aparecia em meus lábios.

Nostalgia? Felicidade? Orgulho? Fantasia?

Agudas vozes de pequeninos adultos no palco, crianças esbravejavam na platéia, aplausos durante todo o tempo aconteciam. De repente:

-Júlio! Olha eu aqui! – gritou a pequena menina de longos e lisos cabelos negros.

Complicado imaginarmos o que se passaria naquele instante na mente daquela garotinha emocionada. Mais complicado ainda é imaginar, quando se não é mais uma garotinha.

Enquanto luzes caminhavam, girei minha cabeça e meus olhos acharam senhoras e senhores que riam e aplaudiam, confundindo-se às pequeninas criaturas que gritavam pela atenção das galinhas, ovos, cavalos, porquinho...Piu.
Percebi naquele momento que o tempo era inexistente, a idade...

O que é idade?

A mágica do riso igualou idades, sexos, cores, animais e pessoas.


E no penúltimo domingo de inverno, uma fazenda aconteceu no Centro de São Paulo, aqueceu e poetizou corações gelados de paulistanos apressados em mais um ano que insiste em querer passar.

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