Eu gosto do silêncio que fica no fundo azul da piscina, de lamber a tampinha do iogurte. Do som da respiração na música do cantor, de comer os pózinhos no final do salgadinho.
De ficar sem sapato.
Não gosto de chinelos.
De dormir de barriga pra cima.
Eu falo dormindo.
De cantar no chuveiro, no carro, de dançar no dia da limpeza. Gosto de filmes que fazem chorar, de tombos que fazem rir, de me irritar com quem grita na minha orelha.
De perder a paciência. Às vezes.
De rir até chorar. Sempre.
De mostrar que não sei de nada, de falar que Eu sei de tudo.
Gosto de saia. De brilhos no cabelo, pintar as unhas de vermelho.
É uma respiração curta, mas parece ser o suficiente. É a parte mais cremosa do doce. É a única hora de silêncio total.Eu gosto da bordinha da pizza, de roer o osso da bisteca. De correr com os gatos e os cachorros, de espantar as pombas.
De ver as pessoas andando, pensar no que elas podem estar pensando. Gosto de ficar escutando. Pensando. Sentindo. Sonhando. Entender. Desentender.
É quando se cria o eco, é quando eu fico sozinha, é dos poucos momentos que sou eu mesma e mais ninguém.
Quando sinto porque sinto e somente sinto. Quando não preciso demonstrar minha maturidade.
Maturidade? Matu-ridade. Idade madura.
Maduro? Ma-duro.
2 comentários:
Esse post merece uma estrelinha :)
Simone, adorei o texto. São coisas que a gente gosta realmente de fazer ou faz simplesmente. Como estou fazendo um blog sobre maturidade, pesquisando sobre o tema, encontrei o seu. Tomarei a liberdade comentá-lo em meu blog.
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